As pesquisas eleitorais entraram em um estado de alerta, e até mesmo desconfiança após o último resultado para os candidatos à presidência da república. Bolsonaro que aparecia com 34% das intenções de voto, apareceu no final da votação com 43% e ninguém entendeu nada dessas pesquisas.

Além do erro na campanha dos presidentes, as pesquisas erraram a ordem dos vencedores nos maiores colégios eleitorais do país.

Se o resultado das eleições no primeiro turno surpreendeu a maioria dos analistas, as pesquisas de intenção de voto certamente são uma das responsáveis. Institutos como o Ipec (ex-Ibope) e Datafolha falharam em captar a tendência tanto para a votação de Jair Bolsonaro (PL) como das candidaturas apoiadas pelo presidente.

Mas o quão erradas foram as pesquisas dos dois institutos mais tradicionais? No caso da eleição presidencial, tanto o Ipec como o Datafolha acertaram que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaria em primeiro lugar. A surpresa veio da diferença entre os dois candidatos.

Já nos estados, a discrepância chegou à casa dos 20 pontos percentuais — somando os votos a mais e a menos que os dois candidatos mais bem colocados tiveram em relação aos últimos levantamentos. Em locais como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul as pesquisas erraram até mesmo a ordem dos vencedores.

Erro na pesquisa do Governo de Estado

No Ipec, Haddad lideraria o segundo pleito com 41% dos votos válidos e Tarcísio, com 31%. No Datafolha, o petista ficaria à frente com 39% e o ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro, 31%. Ou seja, considerando a média das duas pesquisas, o candidato do PT tinha uma vantagem de nove pontos sobre o aliado de Bolsonaro. 

As urnas, contudo, trouxeram outro resultado: Tarcísio ficou na frente com 42,32% e Haddad ficou seis pontos percentuais atrás, com 35,70% dos votos válidos. Em suma, a diferença entre a média das duas pesquisas e o resultado foi de 15,6 pontos percentuais, considerando os votos que Tarcísio teve a mais e que o petista teve a menos na comparação com os últimos levantamentos.

Cargo de Senador por São Paulo

A surpresa também aconteceu em outro cargo: o de senador. Márcio França (PSB) e aliado de Lula nessas eleições teria 45% dos votos, caso o Datafolha da véspera se confirmasse. 

Marcos Pontes (PL), o astronauta e também ex-ministro, que tinha 31% das intenções do eleitorado, foi quem conquistou a vaga de representação do estado com 49,68% dos votos válidos. 

Confesso que fiquei com pé atrás em relação a essas pesquisas, e se elas erram tanto assim é melhor que nem exista, afinal para que serve um serviço que aponta uma realidade muito distante? Seria, na verdade, um grande desserviço essas pesquisas eleitorais. No segundo turno haverá pesquisas, porém não terá mais credibilidade.

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