Acompanhei o primeiro debate dos Candidatos à Presidência do Brasil e tive uma visão geral sobre os comportamentos:

Lula mais uma vez dizendo que é inocente, do ponto de vista dele deve ser muito importante comentar que teve os processos suspensos e que está com a ficha limpa, mas no meu ponto de vista é um ponto a ser evitado, para que os candidatos não fiquem relembrando as suspeitas.

Bolsonaro tentando de todas as formas esconder sua verdadeira personalidade, mas com grandes dificuldades em transparecer isso no debate, e em vários momentos deixou transparecer seu ódio às mulheres, isso ficou evidenciável quando embatidos pelas candidatas.

Fernando D´avila era bem evidente que falava para os ricos, principalmente os ricaços do agronegócio, inclusive sugerindo privatizar tudo.

Simone Tebet e Soraya Thronicke tem até os nomes parecidos, ambas têm o primeiro nome começando com “S” e o segundo com “T”, e até mesmo no debate fizeram duplinha, sendo Professora e aluna em tempos atrás. Porém elas protagonizaram o momento mais crítico do debate, que foi o ataque do Bolsonaro às mulheres, e as meninas se saíram muito bem no bloco.

Ciro Gomes no meu ver não conseguia esconder o grande ressentimento que tem pelo PT, ora criticando o partido, ora elogiando o Lula.

No geral o debate foi muito mais de bate boca do que de propostas, o que já vinha acontecendo nos anos anteriores nos debates, porém é melhor o debate ao não debate, como aconteceu em 2018, que não tivemos com todos os candidatos, e os brasileiros tiveram que votar no escuro.

Momento constrangedor

Em determinado momento uma repórter da Band fez uma pergunta que não tem muito sentido no momento, ela perguntou ao Lula se haverá aliança com o Ciro Gomes no segundo turno. E o momento foi mais ou menos assim:

Lula acenou ao pedetista para uma possibilidade de apoio no segundo turno, mas Ciro o criticou, como costuma fazer, o associando a escândalos de corrupção.

— Eu tenho um profundo respeito pelo Ciro Gomes. Sou grato ao Ciro que esteve no governo comigo de 2003 a 2006. Mas ele nesse instante resolveu não estar conosco, sair com candidatura própria, é um direito dele — afirmou Lula.

Em seguida, afirmou que, caso ganhe as eleições, irá “tentar ver” se atrai o PDT para seu governo e que o trata com “deferência”. E ressaltou que espera que Ciro “não vá para Paris”, como fez no 2º turno de 2018.

— Espero que o Ciro fique aqui no Brasil e que a gente sente para conversar — completou Lula. 

E após isso ficaram no bate-boca.

Bolsonaro escorregou

Bolsonaro bem que tentou esconder sua aversão às mulheres, mas não conseguiu, ele atacou verbalmente a jornalista Vera Magalhães e a candidata Simone Tebet, a situação ocorreu da seguinte forma:

A jornalista questionou Ciro Gomes (PDT) sobre as baixas taxas de vacinação no Brasil, com comentários de Bolsonaro. Ciro culpou o atual presidente da República pela situação, em que poucos brasileiros estão procurando postos de saúde para se imunizarem.

Jair Bolsonaro se irritou, disse que Vera Magalhães “se revelou” na pergunta e ironizou a jornalista. Atacou Simone Tebet e criticou a atuação da senadora na CPI da COVID, quando ganhou destaque nacional.

“Eu quero dizer que não tenho medo. Eu não tenho medo das Fake News e dos robôs do seu governo”, disse Simone Tebet na pergunta seguinte. “Quero dizer para o presidente, eu não tenho medo nem de você nem dos seus ministros. Recebi violência política na CPI, um ministro seu tentou me intimidar porque denunciei um esquema de corrupção da vacina que vossa excelência não quis comprar.”

Soraya Thronicke também criticou a atitude e disse ter ficado “extremamente incomodada” quando homens tratam outros homens “como tchutchura”, mas vão para cima de mulheres.

Obviamente que isso vai custar caro para o Bolsonaro, que precisa reverter os votos das mulheres ao seu favor, e com a atitude acaba perdendo votos do público feminino.

Lula aproveitou o 3º e 4º Blocos

Não achei que Lula foi bem nos primeiros blocos, mas ele se recuperou no final, falando a respeito do que vem acontecendo no mercado de trabalho atualmente e que é uma grande verdade, vivemos em pleno século 21, aqui no Brasil, uma espécie de simulacro da escravidão do Brasil Império, observando os trabalhos precarizados sem fundo de garantia, sem férias, sem descanso semanal remunerado, entre outros benefícios que os trabalhadores tinham até um tempo atrás. A fala foi bem a cara do PT e resgata as origens do partido, que tem a ver com a luta de classes e tal…

Lula não perdeu a oportunidade nos últimos blocos de falar bem do seu próprio governo, entre 2003 e 2010, que de fato foi muito bom mesmo, e o candidato aproveitou bem trazer a experiência para o debate, até mesmo para cativar os votos dos indecisos.

No direito de resposta Lula prometeu ao Bolsonaro que vai revogar o decreto de 100 anos e descobrir o que o presidente tanto esconde, a resposta foi ao ataque do Bolsonaro chamando Lula de ex-presidiário, e no direito de resposta Lula disse que foi preso porque queriam eleger o Bolsonaro, o que não deixa de ser uma verdade, pois sabemos muito bem o que aconteceu depois da prisão, Moro virou Ministro da Justiça e depois foi descoberto que ele foi parcial, com gravação de áudio e tudo mais.

Simone Tebet ganhou alguns votos

Simone foi bem no embate contra o Bolsonaro, e não perdeu a postura quando atacada pelo presidente, conseguiu expor ao público sua participação na CPI da COVID, e aproveitou todos os momentos para expor a corrupção do Governo Bolsonaro na compra da vacina e demais situações envolvendo a CPI.

No geral, apesar de haver muito bate-boca, o debate é bom, pois reforça o exercício da democracia, não podemos ter na política o não debate, como vinham ameaçando a alguns dias, boatos que Bolsonaro não ia participar, e que Lula só iria se Bolsonaro fosse, em fim, tudo isso enfraquece a democracia, então o Brasil ganha quando o debate acontece.

Vamos agora aguardar o próximo debate para ver como vai ser isso.

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