Amor de Verão
Era uma linda tarde, ensolarada, de sexta-feira, o sol radiava, e irradiava vibrações boas, e as mais belas aspirações que um humano poderia ter, era um dia para a conquista, eu sabia que tudo daria, mesmo, certo nesse dia, um dia extremamente favorável a mim, havia muita esperança benigna entre nós, e em fim então estávamos ali em um tão esperado encontro!
Naquele momento ambos os corpos tentavam resistir um tremor incomum, entretanto debalde, nos percebíamos ansiosos. Era inexplicável até para a medicina o que estava acontecendo.
E eu tinha certeza que era muito mais que apenas ansiedade, era o dia de nosso encontro! Ainda muito ansiosos estávamos em fim debruçados numa mesa compartilhando nossa timidez. Naquela bela tarde tudo ocorreu perfeitamente bem, a esperança estava ao nosso favor, nossos planos eram futuristas, intensos e fascinantes, era impossível não querer vivê-los, e durante poucos dias queríamos vivê-los cada vez mais, parecia, mesmo, improvável haver um dia um fim, estávamos conectados num só objetivo; sermos felizes.
Era uma nublada, chuvosa e fria noite de sexta-feira quando tudo terminou, a noite por ser nublada, chuvosa e fria não perdia sua graça e beleza, pois na natureza há em todas as estações uma beleza em particular, os homens é que acham defeito em tudo, mas para mim essa noite se tornou fúnebre, pois foi nela que meu mundo desabou. Foi nessa noite que tudo terminou, os pingos de chuva esbaldavam desilusões, ambos os corpos estavam num tremor comum, era ó ódio em nossas entranhas, não havia entre nós nenhum pudor, e eram insultos gratuitos de ambas as partes, alimentando cada mais e mais nosso ódio com palavras de horror e às vezes escárnio para variar.
Não havia mais esperanças, restará só à desilusão, e os planos fascinantes nada mais eram que sonhos juvenis, era em fim a realidade que não pretendíamos ver, mas era necessário vivenciá-la, toda nossa infantilidade não poderia mais ser aturada.
Em fim voltando para casa com um “peso” a menos nas costas, e uma decepção a mais no coração, avistei um jovem casal compartilhando um grande guarda-chuva que perfeitamente acomodava os dois, os protegendo dos pingos chuva, pareciam bastante felizes, olhando para cima como se a chuva fosse uma bela e rara dádiva dos Deuses, e os jovens pareciam muito adeptos aos mesmos pensamentos tolos que eu vivenciei meses antes. E eu no ponto de táxi jurei a Deus nunca mais aderir a algum amor, não estava mais disponível a um amor fugaz, não mais…